Os passeios estreitinhos de algumas das ruas de Ponta Delgada não convidam à mão na mão dos namorados sem idade.
Naquele fim de tarde de um dos dias do começo deste novembro, o tempo chuvoso não era propício à descoberta dos encantos da cidade, mas enfim – o desejo de cumprirmos, eu e a Lurdes, o programa estabelecido era mais forte do que a chuva miudinha. E lá fomos… mão na mão sempre que possível.
Falar dos monumentos da capital da Região Autónoma dos Açores é escusado - alguns, lindos de ver, são de visita obrigatória, mas todos justificam olhares atentos.
Quase sempre em carreirinha, de surpresa em surpresa, na rua do Castilho, número 47, deparámos com a “Casa do Bacalhau”, que chama a atenção por anunciar o negócio e publicitar que por ali (também) se canta o fado.
A decoração do interior do estabelecimento está a condizer com o conceito estético do local, que reserva espaço para promover exposições de obras de arte junto dos clientes da “mercearia” e dos amantes do Fado em noites especificas, enquanto se saboreia uma das “cem receitas do fiel amigo”.
A estória da “Casa do Bacalhau” tem raízes na vivência do seu proprietário, o Carlos, antigo marinheiro e cozinheiro de classe. Sendo mestre na cozinha - e na simpatia!-, não é de estranhar o sucesso da casa.
O Fado veio por acréscimo, e as exposições são um “valor acrescentado”, como as esculturas que apreciámos, da autoria de Cristina Maria (http://cristinamaria.com.pt/escultura/biografia.html).
O conceito cultural do multifacetado estabelecimento, a meu ver, é uma referência de Ponta Delgada.
… A ter em conta: os amantes do café, na “Casa do Bacalhau” (também) podem saborear a melhor “bica” da cidade.
Carlos Ramos
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